Estratégias para o Controle de Bactérias multirresistentes

I Seminário de Controle de Infecção em Neonatologia
Brasília, 6 de maio de 2014
Multirresistência uma
problemática na Saúde
Pública Brasileira
Estratégias para o Controle
de Bactérias MR
Abordagem em UTI Neonatal
Roseli Calil
Hospital da Mulher
CAISM/UNICAMP
www.paulomargotto.com.br
Bactérias
Fungos
Virus...
Noticias do Brasil -2013
• Infecção hospitalar13/06/2013
• Estado lança plano de contingência para conter
bactérias multirresistentes
• Fato ocorre um dia após o fechamento da UTI
Neonatal do Hospital Universitário de Santa
Maria
Rio Grande do Sul 2013
• Na quarta-feira 12/06, a UTI neonatal do Hospital Universitário de Santa Maria
foi fechada após a confirmação da infecção de um bebê pela bactéria
multirresistente KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase).
• Nos últimos meses, dois hospitais de Porto Alegre, Nossa Senhora da Conceição
e Santa Casa de Misericórdia, registraram pacientes com NDM (New Delhi
Metallo-beta-lactamase), outra bactéria multirresistente inédita no Brasil.
• Agora, pela primeira vez no Estado, um paciente já falecido teve detectado uma
terceira bactéria da mesma família das enterobactérias: a OXA-48, já
identificada no País. O caso ocorreu no Conceição.
• A Secretaria Estadual da Saúde anuncia um Plano de Contingência para
Bactérias Multirresistentes. A intenção é divulgar regras de prevenção e combate
à infecção em estabelecimentos públicos e privados do Rio Grande do Sul.
GERMES MULTRESISTENTES
• Incidência: variável
• Unidades terciárias maior incidência: maior
uso de dispositivos e antibiótico
UTI pediátrica e neonatal:
• < 4% de VRE e MRSA
• 10 – 24% de colonização por BGN resistente
a CAZ ou aminoglicosídeo
• < 3% de ESBL
Bactérias Multirresistentes em
Neonatologia
• Staphylococcus aureus (MRSA)
• Staphylococcus coagulase negativa (20% de cepas
sensíveis)
• Klebsiella pneumoniae (ESBL)
• Enterobacter cloacae
Mecanismos de Resistência
Emergência de Resistência aos
Antimicrobianos
Bactéria Suscetivel
Bactéria Resistente
Gen de transferência de Resistência
Nova Bactéria Resistente
CDC prevention
Seleção de Cepas Resistentes aos
Antibióticos
Raras Cepas Resistentes
Exposição aos
antibióticos
Cepas Resistentes
Dominantes
CDC prevention
Introdução de microrganismos
multirresistentes nas instituições
Os microrganismos multirresistentes são introduzidos nas instituições de duas
formas principais:
• Por pacientes colonizados e/ou infectados por microrganismos multirresistentes;
• Devido à pressão seletiva ocasionada pelo uso de antimicrobianos.
• Os patógenos gram-positivos (MRSA e VRE) são mais relacionados à presença
de pacientes colonizados/infectados, enquanto os bacilos gram-negativos
(Klebsiella spp., Pseudomonas spp., Acinetobacter spp.) são mais associados à
pressão seletiva pelo uso de antimicrobianos, apesar da transmissão entre
pacientes também ocorrer e estar relacionada a surtos no ambiente hospitalar
Resistência aos Antimicrobianos:
Estratégias Chaves de Prevenção
Patógenos
Suscetíveis
Pathogen
Antimicrobial-Resistant
Pathogen
Prevenir
Infecção
Prevenir
Transmissão
Infecção
Resistência
aos
antibióticos
Diagnóstico
efetivo
& Tratamento
Otimizar
o uso
Uso de
Antibióticos
Uso Racional de Antibióticos
Saber quando dizer “não” as
Cefalosporinas e a Vancomicina
Uso Racional de Antibióticos
Step 10: Parar tratamento
antimicrobiano
Fato: Não cessar o uso quando tratamento com antimicrobiano é
desnecessário contribui para uso exagerado e resistência.
Ações:
 Quando infecção é curada
 Quando culturas são negativas e infecção não confirmada
 Quando é descartado o diagnóstico de infecção
CDC Prevention
Staphylococcus aureus
Epidemiologia:
• Podem fazer parte da flora normal, colonizando vias
aéreas anteriores e diversas partes do corpo
• Portadores podem transmitir S.aureus
• Transmissão: pessoa a pessoa - mãos, secreção
nasal, gotículas
Staphylococcus aureus
Epidemiologia:
• Fatores predisponentes: cateter vascular, prótese de válvulas
cardíacas, shunts (DVP, DVE)
** 53% das BSI por S. aureus foram associadas a cateter
** 23,5% das BSI por S. aureus foram associadas
ao PICC
CCIH CAISM/UNICAMP
Staphylococcus aureus
Medidas de Controle
Precaução de contato
• RN infectados ou colonizados por MRSA
• Impetigo - até 24 horas do início do antibiótico
• Outras lesões expostas
Precaução Padrão – meningite e sepse
Higiene das mãos: respeitar os cinco momentos da
higienização.
Staphylococcus aureus
Medidas de Controle – Situações de surtos
• Evitar as situações de superlotação
• Manter proporção de funcionários/clientes
** Priorizar ações na assistência
• Identificar portadores/tratamento com mupirocina?
• Banho com clorexidina do RN
• Cohort de RN infectados
Evolução de Resistência do S aureus aos
antimicrobianos
Penicilina
S. aureus
Methicillin
Penicilina-resistência
[1950s]
S. aureus
[1970s]
[1997]
Methicillin-resistência
S. aureus (MRSA)
Vancomicina
[1990s]
S. aureus
resistente a
Vancomicina
[ 2002 ]
Vancomicina
resistência
intermediária
S. aureus
(VISA)
Vancomycina-resistência
Enterococo (VRE)
Staphylococcus aureus - MRSA
Fatores de risco
• Hospital terciário com pacientes idosos, unidade de
queimados, pacientes cirúrgicos
• Uso de cateter central por tempo prolongado
• Uso prévio de antibiótico
• Proximidade de paciente com MRSA
• Visitantes e profissionais de saúde colonizados ou
infectados por esta bactéria
* MSSA é tão virulento quanto MRSA?
Staphylococcus aureus - MRSA
Fatores de risco associado com aquisição de MRSA
• Nascimento prematuro, baixo peso, problemas respiratórios
• Imunodeficiência
• Uso de antibióticos
• Longo tempo de hospitalização
• Infecções do trato respiratório
• Procedimentos cirúrgicos
(Haley et al.1995, Pujol et al. 1996, Corbella et al. 1997,
Villariet al. 1998).
MRSA – Fatores de Risco
• Taxa de ocupação > 85% aumenta o risco para
MRSA e outras infecções
• “Superlotação e número reduzido de
profissionais na assistência aumenta a
incidência de infecções por MRSA”
Adesão a higienização de mãos e limpeza do ambiente
Adesão as boas práticas nos procedimentos invasivos
Dificuldade em estabelecer as precauções de contato em portadores
Staphylococcus aureus
Virulência e resistência bacteriana
Na maioria das vezes, a infecção por
patógeno multirresistente tem manifestação
clínica similar e virulência comparável à
infecção por patógeno sensível, entretanto,
estudos recentes mostram uma associação
de infecções por bactérias multirresistentes e
o aumento de morbidade e mortalidade,
notadamente com MRSA.
Staphylococcus aureus
Virulência e resistência bacteriana
Recentes estudos demonstram índices de mortalidade
significativamente mais altos em pacientes que
desenvolvem bacteremia por MRSA, do que por
Staphylococcus aureus sensível à meticilina (MSSA).
Rubin e colaboradores apontaram índices de
mortalidade 2,5 vezes maior nos casos de infecções por
MRSA (21%) do que por MSSA (8%).
Descolonização MRSA
• O regime ótimo ainda não está determinado, pode
ter algumas variações de orientação
• Descolonização nasal – mupirocin 2% 2 vezes ao
dia durante 5 dias*
* Uso recorrente pode levar ocorrencia de
resistencia ao produto
• Banho com clorexidine durante 7 dias
Staphylococcus coagulase negativa:
11 especies
• Staphylococcus epidermidis - mais frequente
Epidemiologia
• Coloniza pele e mucosa
• Transmissão pessoa a pessoa
• Infecção geralmente resulta da invasão endógena de
uma cepa colonizante
Infecções Por Gram Positivos
Fatores predisponentes: cateter vascular, prótese
de válvulas cardíacas, shunts (DVP, DVE)
• CAISM 2003 – 66,7% (16/24) das BSI por
Staphylococcus coagulase negativa foram associadas a
presença de PICC
CCIH CAISM/UNICAMP
Staphylococcus coagulase
negativa:
Prevenção
• Higiene das mãos antes e após a manipulação do
cliente
• Cuidados com acesso venoso central e periférico
- Inserção
- Manipulação
- Troca de curativo
- Preparo de soluções EV
 lactamases de espectro estendido
(ESBLs)
• Embora estas enzimas terem sido identificadas em várias
espécies bacterianas como Pseudomonas aeruginosa e
Enterobacer spp.
CLSI preconiza a realização do teste fenotipico pelos
laboratórios para:
• Klebsiella pneumoniae
• Klebsiella oxytoca
• E.coli
• Proteus mirabilis, isolados em líquidos estéreis como LCR
 lactamases de espectro estendido
(ESBLs)
• Estas enzimas hidrolisam todos os - lactâmicos, à
excecão dos Carbapenens e cefamicinas.
• A Cefoxitina é uma cefamicina, porém seu uso não
é recomendado para o tratamento de infecções por
ESBL pelo risco de falha terapêutica, devido a
produção concomitante desta cepas ESBL como a
produção de  lactamases do grupo 1 (AmpC) e/ou da perda
de porinas, levando a uma redução de permeabilidade de
membrana externa
 lactamases de espectro estendido (ESBLs)
Implicações Terapêuticas
Antibióticos não beta –lactâmicos como
aminoglicosídeos e fluoquinolonas, não sofrem
hidrólise por esta enzima, podendo ser
alternativas terapêuticas, dependendo do
antibiograma
 lactamases de espectro estendido (ESBLs)
Implicações Terapêuticas
• Inibidores de lactamases – tem atividade in vitro
contra ESBL, porém seu uso não está estabelecido
• Pode haver resistência por outros mecanismos
• Portanto tratamento = Carbapenens
(Imipenen,meropenen, ertapenen)
Produtores de  lactamases (Amp C)
•
•
•
•
•
•
•
As amostras bacterianas pertencentes aos gêneros:
Citrobacter
Enterobacter
Morganela
Serratia
Proteus vulgaris
São reconhecidos como produtores de  lactamases do
grupo 1 (ampC)
Produção induzida frente a exposição
a  lactâmicos como Ceftazidima ou Ceftriaxona
Produtores de  lactamases (Amp C)
Implicações Terapêuticas
• Enzima codificada pelo gene Ampc
• Produção induzida pelo uso de  lactâmicos
• Hidrólise de Ceftazidima e Ceftrixona
Produtores de  lactamases (Amp C)
Implicações Terapêuticas
• O CLSI não preconiza teste fenotípico específico para
detecção de amostras produtoras Amp C
• Enterobacter, Citrobacter e Serratia podem desenvolver
resistência durante terapias prolongadas com
cefalosporinas de terceira geração
• Bactérias sensíveis ao teste podem tornar-se resistente,
colher cultura de controle durante tratamento
Produtores de  lactamases (Amp C)
Implicações Terapêuticas
Opção terapêutica:
• Aminoglicosídeos
• Cefalosporinas de quarta geração
• Carbapenens
• Quinolonas, evitar em recém-nascidos e crianças.
Aprendendo com o surtos... São Paulo
Klebsiella pneumoniae ESBL
•
•
•
•
Unidade Semi-intensiva neonatal/instituição ligada a um hospital universitário
Duração – 6 meses
36 RN acometidos:
7 infecções e 29 colonizados
Controle do surto:
Identificação e tratamento de um profissional com onicomicose e que tinha as
mãos contaminadas com Klebsiella pneumoniae ESBL
Fatores de Risco para colonização:
• Uso de antibióticos: OR 12,3 (95%, CI: 3,6 - 41,2; P < 0,001)
• Amamentação ao seio fator de proteção:OR = 0,22 (CI: 0,05-0,99; P = 0,049)
Cassetari VC et al JPediatr.2006;82(4):313-6
Aprendendo com o surtos... Nigéria
Klebsiella pneumoniae ESBL
• Surto em NICU em hospital terciário – Sepse
• Duração – 6 meses (março a agosto de 2002)
• 30 isolados de Klebsiella pneumoniae sendo:17 de pacientes e 13 do
ambiente.
• 24 isolados tinham antibiograma identico (17 de pacientes, 7 de
profissionais de saúde, berço e superficie de incubadora)
• Mortalidade durante o surto: 36,4% X 28,9% em 2002
• Causa:
• Infecções causadas por uma cepa de Klebsiella pneumoniae
ESBL trazida por um RN procedente de outro hospital
Aprendendo com o surtos...
O que aprendemos
Rotina para o recebimento de RN procedentes de outros serviços
Triagem para MR, precaução de contato
• Cuidado com o cuidador, ele não pode ser colonizado por MR
• Papel da Limpeza concorrente e de equipamentos
• Cuidado no uso de luvas nas precauções – cuidado com o espaço em
volta do leito
Previnir Transmissão
Step 12: Quebrar a cadeia
de contagio
Fato: Profissionais da saúde podem
espalhar patógenos resistentes aos
antimicrobianos de paciente para
paciente.
CDC Prevention
Higienização das Mãos...
Estratégia fundamental
É quando pequeno
que se aprende...
Cuidado no Uso de Luvas
• Use luvas somente quando indicado.
• Utilize-as antes de entrar em contato com sangue, líquidos
corporais, membrana mucosa, pele não intacta e outros
materiais potencialmente infectantes.
• Troque de luvas sempre que entrar em contato com outro
paciente.
Cuidado no uso de Luvas
• Troque também durante o contato com o paciente se for
mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo
• Troque quando esta estiver danificada.
• Quando estiver com luvas, nunca toque
desnecessariamente superfícies e materiais (tais como
telefones, maçanetas, portas)
• Observe a técnica correta de remoção de luvas para
evitar a contaminação das mãos.
Aprendendo com o surtos... Rio de Janeiro
Klebsiella pneumoniae ESBL
•
•
•
•
•
Surto em NICU em hospital terciário – Sepse
Duração – Agosto 1997 a Maio de 1999
464 admitidos, 383 triados
Infecção – 13 casos (3,4%)
Colonização – 206 (53,8%)
Fatores de risco independentes para colonização:
• Associação nos primeiros 9 dias de vida de Aminoglicosídeo e Cefalosporinas
de terceira geração (HR = 4,6; 95% CI: 1,48 -14,3)
• Tempo de permanência em UTI: aumento de 26,1% de colonização por dia de
NICU
(HR = 1,26; 95% CI: 1,16-1,37)
Fatores de risco independentes para Infecção:
• Colonização prévia (HR = 5,19) e Uso de Cateter Central (HR = 13,89)
Pessoa da Silva CL et al, Journal of hospital Infection (2003) 53: 198-206
ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DAS
INFECÇÕES POR GRAM-NEGATIVOS NÃO
FERMENTADORES EM UNIDADE NEONATAL
A prolonged outbreak of Pseudomonas aeruginosa in a neonatal intensive care unit: did staff
fingernails play a role in disease transmission?. Moolenaar et al. Braz J Infect Dis. 2003
• Surto – 11 meses
• 46 casos IRAS por P aeruginosa – Infecção de Corrente
Sanguínea
• 35% óbito
• 15 cepas isoladas – Clone A
• 3 isolados P.aeruginosa – Enfermeiras A B C
• Unhas artificiais
• Exposição às Enfermeiras A e B – Fator de Risco Independente
ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DAS
INFECÇÕES POR GRAM-NEGATIVOS NÃO
FERMENTADORES EM UNIDADE NEONATAL
Contaminated feeding bottles: the source of an outbreak of Pseudomonas
aeruginosa infections in a neonatal intensive care unit Sánchez-Carrillo et al.
Am J Infect Control. 2009
• 1.9 episódios de IRAS/ 1000 paciente-dia (Agosto 2004)
para 8.8 episódios/1000 patciente-dia (Setembro 2004)
• 9 amostras positivas P aeruginosa – mamadeiras
preparadas de forma doméstica
ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DAS
INFECÇÕES POR GRAM-NEGATIVOS NÃO
FERMENTADORES EM UNIDADE NEONATAL
An outbreak of Acinetobacter baumannii septicemia in a neonatal intensive care
unit of a university hospital in Brazil . Von Dolinger de Brito. Braz J Infect Dis.
2005
11 neonatos
ICS – MDR Acinetobacter baumannii
3 Rns – óbito
RL – Uso prévio de CARBAPENEM
Ventilação mecânica
ESTUDO DE COLONIZAÇÃO BACTERIANA
EM RECÉM-NASCIDOS E CONTROLE DE
BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES EM
BERÇÁRIO DE ALTO RISCO APÓS
INSTITUIÇÃO DE MEDIDAS DE
INTERVENÇÃO
Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher
Departamento de Pediatria – FCM
Universidade Estadual de Campinas
Casuística e Métodos - Medidas de
Intervenção
• Substituição
de
gentamicina
e
ceftriaxona
por
amicacina no tratamento empírico das infecções
• Vigilância de todos os pacientes internados e uso de
precauções de contato para aqueles colonizados por
bactérias multirresistentes
Estudo Longitudinal - Novembro
de 1995 a Abril de 1996
324 pacientes colonizados:
• Staphylococcus coagulase negativa
• Streptococcus sp
• Escherichia coli
• Enterobacter cloacae
• Klebsiella pneumoniae
• Staphylococcus aureus
• Streptococcus agalactiae
- 46,2%
- 42,7%
- 41,0%
- 33,0%
- 29,5%
- 26,9%
- 7,3%
Estudo Longitudinal –
Microorganismos Multirresistentes
• Staphylococcus aureus resistente à oxacilina -1,8%
• Pseudomonas aeruginosa resistente à aminoglicosídeo
- 0,3%
• Enterobacter aerogenes MR - 0,3%
• Enterobacter cloacae MR - 10,8%
Incidência de Colonização por
Enterobacter cloacae Multirresistente
n = 342
Número de Pacientes Colonizados por
E.cloacae e E. cloacaae MR
Calil et al, AJIC 2001
Fatores de Risco para Colonização por
Enterobacter cloacae - Análise Multivariada
• Nutrição parenteral
- OR = 6,06 (2,21 - 16,63)
p = 0,0005
• Uso de antibiótico
- OR = 3,12 (1,30 - 7,48)
• Alimentação enteral
-OR = 0,381 (0,15 - 0,96)
p = 0,0106
p = 0,0417
Calil et al, AJIC 2001
Fatores de Risco para Colonização por
Enterobacter cloacae - Análise Multivariada
Incluindo Alimentação Enteral
• Nutrição Enteral - Fator de Proteção
- OR = 0,381 (0,151 - 0,964)
p = 0,0417
Pacientes em jejum têm 2,6 vezes mais
chance de colonizar por E. cloacae MR
Calil et al, AJIC 2001
Quarta Fase - Vigilância das Infecções por
Bactérias Multirresistentes 1995 - 1999
• 1995 - 23% das IH com agente isolado foram causadas
por bactérias multirresistentes: E. cloacae (14),
Klebsiella sp (3) Staphylococcus aureus (1),
Escherichia coli (1).
*Enterobacter cloacae - 17,9% (14/78)
1996 - 1999 - 2 casos ao ano
* Enterobacter cloacae - 3 casos
Calil et al, AJIC 2001
Utilização de Cefalosporinas de 3ª Geração
1997
Ceftriaxone
Ceftazidima
*
1996
p<0,001
*
1995
0
50
100
150
Neo CAISM
Distribuição Percentual de Microorganismos Isolados
em Infecções Hospitalares Adquiridas 1995-2001
Ano
Bactérias
gramnegativa
Bactérias
grampositiva
Fungos
Total
1995
1996
1997
1998
1999
55,1%
64,0%
44,7%
37,2%
32,7%
37,2%
34,7%
54,0%
62,7%
61,8%
7,7%
1,3%
1,3%
–
5,5%
78
75
76
43
55
2000
34,4%
60,7%
4,9%
61
2001
Total
37,2%
45,5%
62,8%
51,3%
–
3,2%
43
431
Tabela 1 - Distribuição do número de indicações dos antibióticos e
DDD /1000 pacientes-dia em 2002 e 2003
Antibiótico
Indicações
por ATB
2002
Indicações
por ATB
2003
DDD
2002
DDD
2003
DDD
p-valor
Oxacilina
134
176
79
88,7
0,02
Amicacina
165
215
93,9
123,9
<0,0001
Ampicilina
67
82
37,4
33,3
0,12
Vancomicina
21
36
27,5
34,26
0,006
Ceftriaxone
28
31
16,98
17,23
0,89
Cefalexina
36
40
42,97
17,3
< 0,0001
Cefazolina
30
25
9,8
5,58
0,0005
Imipenen
3
2
7,17
4,54
0,0000021
Indicações de antimicrobianos
Neonatologia - CAISM
2007
2010
2011
• Penicilina cristalina
79
67
77
• Ampicilina
23
15
22
• Oxacilina
84
113
75
• Vancomicina
22
40
17
143
161
144
21
18
13
• Cefepima
9
19
5
• Imipenen
4
1
0
• Anfotericina B
2
2
2
• Amicacina
• Ceftriaxona
/cefotaxima
Total de Infecção da Corrente Sanguínea Adquirida (ICSCL e Sepse Clínica) por grupo de peso
CAISM/UNICAMP 1997-2006
% de isolamentos em
hemocultura
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
185
72,4%
134
141
70,9%
100
63,8%
94
60
63
55,5%,
35
A
B
C
D
Grupos de Peso
ICS
ICSCL
Agentes de Infeccção da Corrente Sanguínea
CAISM 1997-2006
N = 328
Neonatologia CAISM/UNICAMP
1997 – 2011 Candidíase invasiva
•
4971 crianças observadas
•
23 Casos - 0,47%
•
2,3% das IH com agente isolado
• Mortalidade 43,6
Calil R et al Early Human Development, may 2012
INDICADORES CAISM X REDE
Sepse precoce
CAISM
33%
RBP
57%
ATB <72hs
54%
84%
Pneumonia adquirida
Meningite
05%
12%
02 %
10%
Enterocolite Necrosante
Fungo
Gram negativo
04 %
02 %
11 %
07%
11%
22%
* 2005-2010 em menores 1.500 gramas: Rede Brasileira de Pesquisas Perinatais
Fio Cruz
GERMES MULTRESISTENTES
Controle - Medidas de Intervenção
• Suporte administrativo – comunicação – alertasfeedback a equipe
• Uso racional de antibióticos
• Vigilância de colonização e infecção
• Uso de precaução padrão e de contato de acordo
com a necessidade/ MR ou novo patógeno
• Controle ambiental
• Descolonização em situações especiais (MRSA)
• Geralmente - Combinação destas estratégias
GERMES MULTRESISTENTES
Tempo de uso de Precaução de contato
Poucos trabalhos sobre o assunto
• 3 culturas negativas...
• 2 culturas negativas em dias distintos em pacte há
mais de 2 semanas sem atb, sem inva
procedimentos invasivos...
• Até a alta hospitalar, agilizar a alta sempre que
possível
Enterobacter cloacae - Tempo de
Descolonização
• Pacientes colonizados por E. cloacae MR - 37
• Pacientes acompanhados por tempo mínimo de três semanas 12 ( peso médio de 1098g)
- Tempo médio de colonização - 28,8 dias
- 10 estavam descolonizados na alta - descolonização
em média a partir de 27,6 dias
Calil et al AJIC, 2001
GERMES MULTRESISTENTES
Impacto do Uso de Precaução de Contato
Poucos trabalhos sobre o assunto... Em adultos...
• Adulto – depressão pelo uso de quarto privativo
• Maior número eventos adversos (pacte isolado)
Necessidade de esforços da equipe para que isso não
venha ocorrer:
• Em Neonatologia não precisa de quarto privativo para
colonização ou infecção por MR
Siegel et al, AJIC Suplement 2007
GERMES MULTRESISTENTES
Conclusão
• O Controle de MR depende portanto do conjunto
destas ações:
• Higienização das mãos
• Precaução de contato
• Uso racional de antibióticos
• Limpeza do ambiente
• Melhoria da comunicação – toda equipe que cuida
tem que saber sobre este assunto
Siegel et al, AJIC Suplement 2007
GERMES MULTRESISTENTES
Limitações...
• Embora existam muitos estudos sobre o assunto, o
estabelecimento de medidas baseadas em evidências
que possam ser aplicadas universalmente, ainda não
existem.
• As ações devem ser adaptadas em cada serviço de
acordo com o momento epidemiológico e o risco de
transmissão.
• Cuidados devem incluir consultórios, casas de repouso e a
comunidade...
• Atenção as precauções padrão
• Não banalizar as precauções de contato
Siegel et al, AJIC Suplement 2007
Temos um longo caminho a percorrer,
mas penso que estamos no caminho certo...
[email protected]
OBRIGADA
Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto
Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto
Seminário de Prevenção de Infecção Neonatal: Enfermeira Dra Ana Flávia Araújo, Dra.
Martha Vieira, Dr. Paulo R. Margotto, Dr. Felipe Teixeira e Dra. Roseli Calil (SP)