Universidade Gama Filho Pós-Graduação em Tradução de Inglês outubro 2012

Universidade Gama Filho
Pós-Graduação em Tradução de Inglês
outubro 2012
Exercícios de tradução
1. obra de referência
1001 Filmes para ver antes de morrer
Sextante, 2010

Babe – análise de fragmento
 Topio Stin Omichli – análise de fragmento
 Toy Story – execução
BABE (1995)
"That'll do, pig." Described by one critic as "The Citizen Kane of
talking pig movies," this joyous fable of a pig who becomes a
champion sheep-herder makes previously unrepentant
carnivores seriously contemplate vegetarianism. Babe is an
innocent, irresistible piglet whisked from breeding pen to the
barnyard of an eccentric man of few words, Farmer Hoggett
(James Cromwell), who develops an affectionate bond with
the creature. The farmer's fat, rosy wife (Magda Szubanski)
unsentimentally eyes the piggy as a Christmas dinner of roast
pork. But Babe has "an unprejudiced heart," unfailing
courtesy, curiosity, and courage, affecting every life on the
farm and reshaping his ultimately heroic destiny. [AE]
Babe, o porquinho atrapalhado
“Isso é tudo, porco.” Descrito por um crítico como “O Cidadão
Kane dos filmes com porcos falantes”, esta alegre fábula de um
porco que se torna campeão de pastoreio de ovelhas faz
carnívoros anteriormente radicais contemplarem seriamente o
vegetarianismo. Babe é um porquinho inocente e irresistível
retirado do criadouro e levado para o quintal de um homem
excêntrico de poucas palavras, o Fazendeiro Hoggett (James
Cromwell), que desenvolve uma ligação afetuosa com o animal.
A esposa gorda e rosada do fazendeiro (Magda Szubanski), sem
sentimentos, vê o animalzinho como um porco assado para o
jantar de Natal. Mas Babe tem “um coração puro”, cortesia,
curiosidade e coragem inabaláveis, o que afeta todas as vidas na
fazenda e reformula seu heroico destino. [CB]
BABE, o porquinho atrapalhado (1995)
“Muito bem, porco.” Descrito por um crítico como “o Cidadão
Kane dos filmes de porcos falantes”, esta divertida fábula sobre
um porco que se torna um “cão pastor” de ovelhas campeão é
capaz de fazer o mais inveterado dos carnívoros considerar o
vegetarianismo como uma possibilidade. Babe é um porquinho
inocente e irresistível tirado do chiqueiro onde nasceu e levado
para o quintal do fazendeiro Hoggett (James Cromwell), um
homem excêntrico e de poucas palavras que acaba se apegando
ao bichinho. A gorda e corada esposa do fazendeiro (Magda
Szubanski), pouco dada a sentimentalismos, vê no porquinho o
pernil da ceia de natal. Mas Babe, com seu “coração puro”,
curiosidade, coragem e gentileza sem fim muda a vida de todos
na fazenda e no final das contas reescreve seu destino. [MM]
Babe, o porquinho atrapalhado (1995)
Descrito por um crítico como o “Cidadão Kane dos filmes com
porquinhos falantes”, essa fábula alegre de um porco que
ganha um campeonato de cães pastores de ovelhas (!) faz com
que os carnívoros inveterados pensem seriamente em se
tornar vegetarianos. Babe é um porquinho inocente e
irresistível que foi escolhido entre vários porquinhos e levado
para uma fazenda por um homem excêntrico e de poucas
palavras que cria um vínculo carinhoso com o animal. A
mulher do fazendeiro, gorda e corada (Magda Szubanski), não
tem o mesmo olhar afetuoso e acha que o porquinho vai dar
um ótimo assado para o Natal. Mas Babe tem um “coração
puro”, é sempre gentil, curioso e corajoso e toca todos que
vivem na fazenda, traçando, nesse processo, seu destino de
herói. [VF]
Topio Stin Omichli (1988)
In the opening shot of Theo Angelopoulos's Topio Stin Omichli, a small
boy, Alexandre (Miehalis Zeke), and his pre-teen sister, Voula (Tania
Palaiologou), emerge from the darkness and approach a spot near the
camera. They stop. The camera slowly begins to circle them. She: "Are
you afraid?" He: "No, I'm not." Suddenly they break away and walk,
faster this time, toward a train station that we can now see in the
distance.
This one-minute take is stunning, and sets the pattern for much of
what is to follow. People and vehicles doggedly sticking to their paths,
oblivious to all else, sometimes pausing, sometimes changing speed;
barren or dark landscapes with a single stark, prominent feature;
harsh, natural sound replaced, as a scene empties out, with Eleni
Karaindrou's intense music. And, above all, Giorgos Arvinitis's camera
circling, advancing, and withdrawing at a rhythm and with an intent
always distinct from the action, always inscribing the curiosity, passion,
wisdom, and pathos of Angelopoulos's gaze. [AM]
Paisagem na neblina (Topio Stin Omichli) (1988)
Na tomada de abertura do filme Paisagem na neblina, de Theo
Angelopoulos, um menino, Alexandre (Miehalis Zeke), e sua irmã préadolescente, Voula (Tania Palaiologou), surgem do escuro e se aproximam
de um local perto da câmera. Eles param. A câmera lentamente começa a
rodeá-los. Ela: “Você está com medo?” Ele: “Não, não estou”. Subitamente,
eles saem dali e caminham, mais rápido desta vez, em direção a uma
estação de trem que agora vemos ao longe.
Essa tomada de um minuto é formidável e estabelece o padrão para
grande parte do que se segue. Pessoas e veículos mantendo-se
obstinadamente em seus caminhos, indiferentes a tudo mais, às vezes
param, às vezes mudam de velocidade; paisagens estéreis ou sombrias
com uma única característica rude proeminente; o som duro e natural
substituído pela música intensa de Eleni Karaindrou enquanto a cena fica
vazia. E, acima de tudo, a câmera de Giorgos Arvinitis circulando,
avançando e recuando em um ritmo e com uma intenção sempre distinta
da ação, sempre gravando a curiosidade, a paixão, a sabedoria e o páthos
do olhar de Angelopoulos. [CB]
Paisagem na neblina (1988)
Na tomada de abertura de Paisagem na neblina, do cineasta grego Theo
Angelopoulos, o menino Alexandre (Miehalis Zeke) e sua irmã préadolescente, Voula (Tania Palaiologou), emergem da escuridão e se
aproximam de um ponto próximo à câmera. Eles param e a câmera
lentamente começa a se mover em torno. Ela pergunta se ele está com medo.
Ele responde: “Não.” Subitamente eles se afastam, caminhando — dessa vez
mais rápido — em direção a uma estação de trem que agora aparece à
distância para o espectador.
Esta tomada de menos de um minuto é surpreendente e estabelece o padrão
para quase tudo o que se segue. Pessoas e veículos obstinadamente focadas
em suas trajetórias, alheias a todo o resto, às vezes parando, outras
acelerando; paisagens estéreis e sombrias com um único, nítido traço
marcante; o som duro correspondente às cenas sendo lentamente
substituído, à medida em que a cena desaparece, pela música intensa de
Eleni Karaindrou. E, acima de tudo, a câmera inquieta de Giorgos Arvinitis
movendo-se em círculos, avançando e recuando com um ritmo e uma
intenção sempre distintos da ação, imprimindo a curiosidade, a sensibilidade,
o domínio e a compaixão do olhar de Angelopoulos.[MM]
Paisagem na neblina (1988)
No plano de abertura de Paisagem na neblina, de Theo Angelopoulos, um
garotinho, Alexandre (Michalis Zeke) e sua irmã pré-adolescente, Voula
(Tania Palaiologou), emergem da escuridão e se aproximam de um ponto
próximo à câmera. Param. A câmera começa a circular lentamente ao redor
deles. Ela pergunta: “Você está com medo?”. Ele responde: “Não, não estou”.
De repente se separam e começam a andar, dessa vez mais rápido, em
direção a uma estação de trem que agora vemos ao longe.
Essa tomada de um minuto é impressionante e define o padrão do que virá
em seguida. Pessoas e veículos obstinadamente se mantendo em seus
caminhos, alheios a todo o resto, algumas vezes parando, outras mudando
de velocidade; paisagens desertas ou sombrias com uma única referência
bem definida; sons naturais e estridentes substituídos, quando a cena se
esvazia, pela música intensa de Eleni Karaindrou. E, sobretudo, a câmera de
Giorgos Arvinitis circulando, avançando e recuando em um ritmo e com uma
intenção sempre distintos da ação, sempre gravando a curiosidade, paixão,
sabedoria e o pathos do olhar de Angelopoulos. [VF]
TOY STORY (1995)
The first feature-length blockbuster from Pixar, the production company
that would go on to make A Bug's Life (1998) and Monsters, Inc. (2001), Toy
Story is a rip-roaring, computer-animated kids' adventure that is, quite
frankly, far too intelligent, funny, and beautifully made to be just for a
junior audience.
Six-year-old Andy doesn't know that his playthings come alive when he's
not in the room. Led by Woody (voiced by Tom Hanks), a cowboy doll that's
always been Andy's favorite, the toys (including Bo Peep, Mr. Potato Head,
and Rex the dinosaur) gather to await Andy's birthday, where he may get –
oh no! – a new toy that he likes more than all of them. And this year, Andy
gets the most super-duper toy ever: Buzz Lightyear (Tim Allen), a space
ranger complete with high-tech gadgets. Woody realizes he has to get rid
of Buzz to be Andy's favorite once again, and his machinations lead the pair
into terrible danger in the world outside Andy's bedroom.
A witty script – the authors included Joel Cohen and Buffy the Vampire
Slayer creator Joss Whedon – and wonderful, almost 3D animation, plus
Hanks's and Allen's absolutely perfect characterizations, make this a hugely
enjoyable comic treat that deservedly became an instant classic. [JB]
]
TOY STORY (1995)
Esse foi o primeiro longa-metragem da famosa Pixar, companhia que produziria
depois Vida de Inseto (A Bug’s Life - 1998) e Monstros e Companhia (Monsters, Inc. 2001). Toy Story é uma aventura infantil divertidíssima e com animação feita em
computadores. Na verdade, é muito inteligente, engraçada e feita com muita beleza
para ser apenas para o público infantil.
Andy, um menino de seis anos, não tem a menor ideia que seus brinquedos adquirem
vida quando ele não está por perto, no seu quarto. Liderados por Woody (no filme, com
a voz de Tom Hanks), um caubói de brinquedo que sempre foi o preferido de Andy, os
brinquedos (entre eles Bo Peep, Sr. Cabeça de Batata, e Rex, o dinossauro) se reúnem
para esperar o aniversário de Andy, dia em que ele poderá ganhar – ah, não! – um novo
brinquedo do qual goste mais do que qualquer um que já tem. Nesse ano, Andy ganha
o brinquedo mais incrível de todos, o Buzz Lightyear (voz de Tim Allen), um patrulheiro
das galáxias que vem todo paramentado com dispositivos high-tech. Woody entende
que precisa se livrar de Buzz para que se torne novamente o preferido de Andy, e seus
planos fazem com que os dois bonecos enfrentem terríveis perigos no mundo que
existe fora do quarto de Andy.
Um roteiro muito esperto, composto também por Joel Cohen e Joss Whedon, criador de
Buffy the Vampire Slayer e uma incrível animação em 3-D, além das vozes de Hank e de
Allen que tornam perfeitas as personificações dos bonecos, fazem com que esse filme
seja uma comédia especial que merece se tornar imediatamente um clássico. [VF]
Exercícios de tradução
2. Guia turístico
Rio Botequim
Casa da Palavra, 2011
Cantinho do Peixe Frito
Rua Teixeira Brandão s/n, São Pedro da Aldeia – RJ . Tel.: (22) 2627-4809
Everyday, from 9 a.m. to 10 p.m. Cash and credit/debit cards
Beer
Next the the busy fish market of São Pedro da Aldeia, the recently opened
Cantinho do Peixe Frito is owned and run by the couple Anderson and
Fernanda. Oddly, it is one of the few places specialised in seafood in this
seaside town.
The menu offers a wide variety of fish and shellfish dishes, such as moqueca
de camarão (shrimp stew), caldeirada (fish stew), pasta with shrimp sauce
and the rarer seafood feijoada. The high point, however, is the fried fish,
offering many different varieties of fish; bluefish, mullet, seabream,
amberjack, sandperch, pink ling, plaice, mahi-mahi, salmon, sardines and
triggerfish. These are served as meals including mixed salads, pirão and rice.
The fish are very fresh and tender. For people not liking fish, there remains
the option of picanha steak or chicken. Everything is wonderfully prepared by
the cook, Wanda.
The place is quite simple, with a good service that make it an excellent choice
to enjoy iced beer and fresh seafood coming back from the beach.
Cantinho do Peixe Frito
Rua Teixeira Brandão s/n, São Pedro da Aldeia – RJ. Tel.: (22) 2627-4809
Todos os dias, das 9h às 22h. Dinheiro e cartões de débito e crédito
Cerveja
Ao lado do simpático mercado de peixe de São Pedro da Aldeia, o Cantinho
do Peixe Frito existe há pouco mais de um ano sob o comando do casal
Anderson e Fernanda. Curiosamente, é um dos poucos locais da cidade
praiana especializados em frutos do mar.
O cardápio oferece boa variedade de pratos com peixes e crustáceos, como
moqueca de camarão, caldeirada, espaguete com camarão e feijoada de
frutos do mar. Chamam a atenção os peixes fritos, oferecidos em grande
diversidade: anchova, tainha, pargo, pitangola, namorado, congro-rosa,
linguado, dourado, salmão, sardinha e peroá. Servidos em refeições
acompanhados de salada, pirão e arroz, os peixes, de tão frescos
desmancham na boca. Para os que não gostam de pescado, há ainda opções
como picanha e peito de frango. Tudo é preparado com capricho pela
cozinheira Wanda.
O ambiente é bastante simples e o atendimento atencioso é uma excelente
opção para quem gosta de tomar uma cerveja gelada saboreando frutos do
mar frescos.
Exercícios de tradução
3. Literatura de divulgação
Sabedoria da Vovó
Casa da Palavra, 2012
Grandma knows best
This email came to me from an American friend and, for me, defines what
grandmother’s wisdom is all about!
My four-year-old granddaughter picked something off the ground while we were out,
and raised it to her mouth. I took the item from her and told her not to do that.
‘Why?’ she asked.
‘Because it’s been on the ground. It’s dirty, and probably has germs,’ I replied.
My granddaughter looked at me admiringly and asked, ‘How do you know all this
stuff? You’re so smart.’
I was thinking quickly.
‘All Grandmas know this stuff. It’s on the Grandma Test. You have to know it, or you
can’t be a Grandma.’
We walked in silence for a couple of minutes, but she was evidently pondering this
new information.
‘Oh… I get it!’ she beamed, ‘So if you don't pass the test, you have to be the
Grandpa.’
‘Exactly,’ I replied, with a big smile
Avó sabe tudo!
Este e-mail, que me veio de uma amiga norte-americana, define para mim o que é
sabedoria de avó!
Minha netinha de quatro anos apanhou algo do chão e ia colocando na boca. Eu tirei o
objeto de suas mãos e disse que ela não podia fazer aquilo.
“Por quê?”, ela perguntou.
“Porque estava no chão. Está sujo, e provavelmente cheio de germes,” respondi.
Minha netinha me fitou com admiração, e perguntou: “Como você sabe de tantas
coisas, vovó? Você é tão inteligente!”
Pensei rápido e respondi:
“Todas as avós sabem essas coisas. Faz parte do Teste da Vovó. Se não passamos no
teste, não podemos ser avós.”
Continuamos caminhando em silêncio por alguns momentos, mas era óbvio que ela
estava refletindo sobre nossa conversa.
“Já entendi!”, exclamou, radiante. “Quem não passa no teste fica sendo avô.”
“Exatamente!”, concordei, com uma gargalhada.
Picking up broken glass
Breaking something made out of glass is such a problem.
No matter how many times you sweep or vacuum, there
always seem to be little slivers lurking about. The best way
to deal with those microscopic shards on a hard floor
surface is to dampen a sturdy sheet of kitchen paper and
wipe it over the whole area. Do this several times (with new
paper) until you no longer see glints of glass. And don’t
poke the paper or you’ll surely cut yourself and then you’ll
have new problems.
However, this doesn’t work for carpets, as I found out
recently when I did cut my finger. There, a dustpan and
brush is the best pick-up method.
Como recolher vidro quebrado
Quebrar um objeto de vidro é um problema. Sempre sobram
aqueles caquinhos, mesmo depois de varrermos ou passarmos o
aspirador várias vezes no local. A melhor maneira de recolher
estes pedacinhos microscópicos é umedecer uma toalha de
papel resistente e passar pela área toda. É preciso fazer isso
várias vezes (com novas folhas de papel) até não conseguirmos
mais enxergar nenhum brilho dos mini estilhaços. Deve-se evitar
manusear o papel usado – um corte será inevitável e trará novos
problemas. No entanto, este método não funciona com carpetes
– como descobri recentemente, justamente ao cortar um dedo!
Nestes casos, uma vassourinha e pá continua sendo o melhor
método.
Exercícios de tradução
4. Auto-ajuda
Osho
ABC of Enlightenment, 2004
Advice
Listen, but don’t follow. Listen well, but follow your own insight,
don’t follow others’ advice. Listen certainly—very meditatively,
try to understand what they are wanting to convey to you. They
may really be well wishers, but if you start following blindly you
will never attain to your own intelligence. You will remain
dependent on crutches, you will always look up to others to tell
you what to do, what not to do. You will always need leaders—
which is a very unhealthy state, to need leaders.
Listen, because people have great experiences, and if they are
sharing, willing to share, it will be foolish on your part not to
listen. Sharing their experience may give you great insight—it
will help you to become more aware—but don‘t follow.
People follow literally and then they become just blind. When
others are giving you all that you need, what is the need to have
your own eyes? And when others are chewing for you, what is
the need to chew on your own? Slowly, slowly you become more
and more weak, more and more impoverished, more and more
starved...
Commit as many mistakes as you can, but don’t commit the
same mistake twice because that makes you stupid. Commit new
mistakes, invent new mistakes, and you will be learning all the
time, and your intelligence will be growing all the time.
Your intelligence needs sharpening. The real friends help you to
sharpen your intelligence. They don‘t give you fixed advice,
because fixed advice is of no use. What is true today may not be
true tomorrow, and what is right in one situation may be wrong
in another.
Conselhos
Ouça, mas não siga. Ouça bem, mas siga sua própria
visão, não siga o conselho dos outros. Ouça sem
dúvida, muito pensativamente, tente entender o que
eles estão querendo comunicar para você. Podem
realmente ser bem intencionados, mas, se você
começar a seguir cegamente, você nunca irá alcançar a
sua própria inteligência. Você continuará a ser
dependente de muletas, você sempre vai olhar para os
outros para lhe dizer o que fazer, o que não fazer. Você
vai sempre precisa de líderes, que é um estado muito
doente, precisar de líderes.
Ouça, porque as pessoas têm grandes experiências, e se eles
estão compartilhando, dispostos a partilhar, será tolo de sua
parte não ouvir. Compartilhar a experiência delas pode lhe dar
uma grande visão - vai ajudar você a se tornar mais consciente,
mas não siga.
As pessoas seguem literalmente e então se tornam apenas
cegas. Quando os outros estão lhe dando tudo o que você
precisa, qual é a necessidade de ter seus próprios olhos? E
quando os outros estão mastigando para você, qual é a
necessidade de mastigar por conta própria? Aos poucos você se
tornará cada vez mais fraco, cada vez mais empobrecido, mais e
mais faminto...
Cometa tantos erros quanto você puder, mas não cometa o
mesmo erro duas vezes, porque isso torna você estúpido.
Cometer erros novos, inventar novos erros, e você vai estar
aprendendo o tempo todo, e sua inteligência vai estar crescendo
o tempo todo.
Sua inteligência precisa de nitidez. Os verdadeiros amigos
ajudam a aguçar a sua inteligência. Eles não lhe dar conselhos
fixo, porque o conselho fixa é de nenhum uso. O que é verdade
hoje pode não ser verdadeiro amanhã, e o que é certo em uma
situação pode estar errado em outra.
Exercícios de tradução
5. Artigo de jornal
Le Monde Diplomatique
IRAQ TEN YEARS ON
The new normal in Baghdad
The US invasion ten years ago broke up the old Iraq; but now its worst
elements and aspects have rejoined in different formations, and a
frustrating, demoralising stasis seems to have been reimposed. Will it be
possible to break this?
BY PETER HARLING
After violence that shattered hundreds of thousands of lives and left nearly
everyone with a tragic story to tell, life in Iraq has settled into a strange
normality — with no discernible direction or clear future. “How do you
make sense of the last ten years?” said a novelist, who is trying to do just
that. “The problem is not the starting point, but where to end. To write the
history of the Algerian civil war, you had to wait till it was over. Here, we
are still in the middle of a sequence of events whose outcome we cannot
see.” The structure of his novel, in which each chapter relates to a different
year, means he remains hostage to a political system that continues to
keep the country in suspense.
March, 2013.
IRAQUE
Dez anos depois, o que aconteceu com o Iraque?
A invasão do Iraque foi responsável pela morte de centenas de milhares de
pessoas e pela desestabilização do Estado local. Sob a máscara de uma surpreendente normalidade, as tensões políticas e religiosas persistem em Bagdá
por PETER HARLING
Depois de aterrorizantes violências que destruíram centenas de milhares de
vidas e não deixaram quase ninguém sem uma história trágica para contar, o
Iraque se instala numa nova normalidade, mas sem tomar uma direção
compreensível nem permitir aos iraquianos ter uma projeção do futuro.
“Como contar o que houve nos dez últimos anos?”, pergunta-se um
romancista que está justamente tentando fazer isso. “O problema não é o
ponto de partida, mas o de chegada. Para escrever a história da Guerra da
Argélia, foi preciso esperar que ela acabasse. Aqui, ainda estamos em uma
sucessão de acontecimentos cujo fim não conseguimos ver.” A própria
estrutura do seu livro em andamento, no qual cada capítulo situa a narrativa
em relação aos fatos de um ano em particular, o torna tributário de um
sistema político que não para de alimentar o suspense.
edição de março de 2013.
We can’t go on like this
BY SERGE HALIMI
It’s five years since the collapse of Lehman Brothers, on 15 September
2008. Since then, the legitimacy of capitalism as a way of organising
society has been undermined; its promises of prosperity, social
mobility and democracy have lost credibility. But there has been no
radical change. The system has repeatedly come under fire, but it has
survived. Part of the price for capitalism’s failures has been the end of
some social advances previously wrested from it. “Free-market
fundamentalists have been wrong about everything – yet they now
dominate the political scene more thoroughly than ever,” wrote the US
economist Paul Krugman . But the system is still holding up, even if it is
on autopilot, and that is not to the credit of its opponents. What has
happened? What can be done about it?
September, 2013.
UMA APOSTA NA AUDÁCIA
por Serge Halimi
Cinco anos se passaram desde a falência do Lehman Brothers em 15
de setembro de 2008. A legitimidade do capitalismo como modo de
organização da sociedade foi atingida; suas promessas de
prosperidade, de mobilidade social e de democracia não são mais uma
ilusão. Mas a grande mudança não aconteceu. Os questionamentos do
sistema ocorreram sem abalá-lo. O preço de seus fracassos acabou
mesmo sendo pago pela anulação de uma parte das conquistas sociais
que lhe tinham sido arrancadas. “Os fundamentalistas do mercado se
enganaram em quase tudo e ainda assim dominam a cena política
mais completamente do que nunca”, constatou o economista norteamericano Paul Krugman já há quase três anos. Em suma, o sistema se
mantém, mesmo no piloto automático. Para seus adversários, isso não
é um elogio. O que aconteceu? E o que fazer?
edição de setembro de 2013.
Exercícios de tradução
6. Literatura
Romance policial norte-americano
Patricia D. Cornwell
Body of Evidence, 1991
Cruel & Unusual, 1994
PROLOGUE
August 13
Key West
Dear M,
Thirty days have passed in measured shades of sunlit color and changes in
the wind. I think too much and do not dream.
Most afternoons I’m at Louie’s writing on the porch and looking out at the
sea. The water is mottled emerald green over the mosaic of sandbars, and
aqua as it deepens. The sky goes on forever, clouds white puffs always
moving like smoke. A constant breeze washes out the sounds of people
swimming and sailboats anchoring just beyond the reef. The porch is
covered and when a sudden storm whips up, as it often does late
afternoon, I stay at my table smelling the rain and watching it turn the
water nappy like fur rubbed the wrong way. Sometimes it pours and the
sun shines at the same time.
[Body of evidence. London: Warner Books, 1992]
PRÓLOGO
13 de agosto
Key West
Para M,
Passaram-se trinta dias, entre matizes de cores ensolaradas e mudanças de
vento. Penso demais, e não sonho.
Dedico a maioria das tardes a escrever, no terraço do Louie’s, olhando para
o mar. A água, estampada de verde-esmeralda nas restingas, azula no fundo.
O céu não termina nunca, as nuvens movem-se brancas, sempre, como
fumaça. Uma brisa constante atenua os ruídos dos banhistas e veleiros que
ancoram para lá dos recifes. O amplo telhado do terraço permite que eu
fique à mesa, no final da tarde, quando costuma cair uma pancada súbita,
sentindo o cheiro da chuva e vendo a água se arrepiar como pelo alisado
ao contrário. Chega a fazer sol e chuva, ao mesmo tempo.
Corpo de delito [Companhia das Letras, 1995]
Trad. Celso Nogueira
The Monday I carried Ronnie Joe Waddell’s meditation in my
pocketbook, I never saw the Sun. It was dark when I drove to work that
morning. It was dark again when I drove home. Small raindrops spun in
my headlights, the night gloomy with fog and bitterly cold.
I built a fire in my living room and envisioned Virginia farmland
and tomatoes ripening in the sun. I imagined a young black man in the
hot cab of a pickup truck and wondered if his head had been full of
murder back then. Waddell’s meditation had been published in the
Richmond Times-Dispatch and I had taken the clipping to work to add
to his growing file. But the business of the day distracted me and his
meditation had remained in my pocketbook. I had read it several
times. I supposed it would always intrigue me that poetry and cruelty
could reside in the same heart.
Cruel & Unusual [NY: Avon Books, 1994]
Na segunda-feira em que andei com a meditação de Ronnie Joe
Waddell em minha caderneta nem vi o sol. Estava escuro quando fui
para o trabalho naquela manhã. Estava escuro quando voltei para
casa. Gotinhas de chuva apareciam na luz dos faróis, a noite estava
fechada de neblina e o frio, cortante.
Acendi a lareira em minha sala de visitas e pensei numa fazenda
da Virgínia com tomates amadurecendo ao sol. Imaginei um jovem
negro na cabine quente de um caminhão e me perguntei se já então
o homicídio andaria em sua cabeça. A meditação de Waddell fora
publicada no Richmond Times-Dispatch e eu guardara o recorte para
juntá-lo a seu nutrido prontuário. Mas o trabalho do dia tinha me
distraído e a meditação ficara na caderneta. Eu a lera várias vezes.
Pensei que sempre me intrigaria com o fato de poesia e crueldade
poderem morar no mesmo coração.
Desumano e degradante [SP: Companhia das Letras, 1996]
Trad. Luiz Dilermando de Castello Cruz
Exercícios de tradução
7. Artigo de revista
Revista de História da Biblioteca Nacional
ano 7, no 80, maio de 2012
Princess Isabel is not easy to know as a real person. For some she is A
Redemptora, a sort of second-tier Virgin Mary, by virtue of having brought
slavery to an end. Others dismiss her as an ignorant and reactionary beata
because of her fervent Catholicism. What I want to do here is to bring to
life the heir to the throne long occupied by Pedro II.
If D. Isabel were alive today, you would pass her in the street without
taking a second look. She possessed neither beauty nor allure. Her face
was plain and, worst of all, she lacked eyebrows. Childhood sickness had
left her with scanty hair. She was short and dumpy. “She is in no way
pretty,” her future husband admitted on first meeting her. Age thickened
her body and filled out her face. “That hideous condessa d’Eu,” one
observer commented in 1891. The elaborate dresses and stylish hats of
the period made her look ridiculous. At the same time, in the words of her
uncle by marriage, she was “ladylike” in appearance, an aristocrat to her
finger tips. As fluent in French as she was in Portuguese, she spoke with
the accent peculiar to the Bourbon Naples clan, her mother’s family.
BARMAN, Roderick J.
Não é fácil conhecer a verdadeira Princesa Isabel. Para alguns, ela é A
Redentora, quase uma Virgem Maria, por ter abolido a escravidão. Outros
a consideram uma beata ignorante e reacionária, por causa do seu
catolicismo fervoroso. O que pretendo fazer neste artigo é dar vida à
herdeira do trono que por tantos anos pertenceu a Pedro II.
Se D. Isabel estivesse viva hoje, não seria do tipo que chamaria
atenção na rua. Ela não era nem bela nem sedutora. Seu rosto era simples
e, para piorar, ela não tinha sobrancelhas. Uma doença durante a
juventude havia deixado seu cabelo ralo. Ela era baixinha e atarracada. “Ela
certamente não é bonita”, admitiu o seu futuro marido, no primeiro
encontro entre os dois. A idade engrossou seu corpo e inchou seu rosto.
“Aquela medonha condessa d’Eu”, comentou um observador, em 1981. Os
vestidos elaborados e chapéus elegantes da época tornavam a sua
aparência ridícula. No entanto, nas palavras do seu tio por afinidade, sua
aparência era distinta, aristocrática mesmo. Fluente tanto em francês
quanto em português, ela falava com o sotaque típico da Casa de Bourbon,
ramo de Nápoles, família de sua mãe.
BARMAN, Roderick J. “Redentora e prisioneira”
Exercícios de tradução
8. Literatura
8.1. Romance norte-americano
John Steinbeck
East of Eden, 1952
Chapter 5
[1]
On the ranch the little Hamiltons began to grow up, and every year
there was a new one. George was a tall handsome boy, gentle and sweet,
who had from the first a kind of courtliness. Even as a little boy he was
polite and what they used to call “no trouble”. From his father he inherited
the neatness of clothing and body and hair, and he never seemed ill
dressed even when he was. George was a sinless boy and grew to be a
sinless man. No crime of commission was ever attributed to him, and his
crimes of omission were only misdemeanors. In his middle life, at about
the time such things were known about, it was discovered that he had
pernicious anemia. It is possible that his virtue lived on a lack of energy.
STEINBECK, John. East of Eden. NY : Bantam Books, 1952.
Capítulo 5
1
No rancho, os pequenos Hamiltons começaram a crescer e cada
ano nascia um novo. George era um menino forte e bonito, de
temperamento muito ameno, tendo permanente gentileza no trato.
Mesmo quando muito criança já era bastante educado, sendo o que
eles chamavam “um amor de menino”. Herdara d pai o vezo de se
vestir, de ser muito asseado no corpo e nos cabelos, jamais
parecendo estar relaxado de roupas mesmo quando estas já tinham
uso demais. George era uma criança inofensiva e ia por certo ser um
homem sem mácula. Nenhuma culpa voluntária jamais lhe foi
atribuída e suas falhas por omissão provinham apenas de seu feitio
complacente. Na puberdade, quando os fatos se firmam melhor, se
descobriu que ele sofria de anemia perniciosa, e é possível,
portanto, que seu bom comportamento decorresse de falta de
energia.
A leste do Éden. Trad. José Geraldo Vieira
SP/RJ: Editora Mérito
Exercícios de tradução
8. Literatura
8.2. Romance norte-americano
Herman Melville
Moby Dick, 1851
1
Loomings
Call me Ishmael. Some years ago – never mind how long precisely –
having little or no money in my purse, and nothing particular to interest me
on the shore, I thought I would sail about a little and see the watery part of
the world. It is a way I have of driving off the spleen and regulating the
circulation. Whenever I find myself growing grim about the mouth;
whenever it is a damp, drizzly November in my soul; whenever I find myself
involuntarily pausing before coffin warehouses, and bringing up the rear of
every funeral I meet; and especially whenever my hypos get such an upper
hand of me, that it requires a strong moral principle to prevent me from
deliberately stepping into the street, and methodically knocking people’s
hats off – then, I account a high time to get to sea as soon as I can.
Melville, Herman. Moby Dick. Gutemberg Project version.
1
Miragens
Trate-me por Ishmael. Há alguns anos – não importa quantos ao
certo –, tendo pouco ou nenhum dinheiro no bolso, e nada em
especial que me interessasse em terra firme, pensei em navegar um
pouco e visitar o mundo das águas. É o meu jeito de afastar a
melancolia e regular a circulação. Sempre que começo a ficar
rabugento; sempre que há um novembro úmido e chuvoso em minha
alma; sempre que, sem querer, me vejo parado diante de agências
funerárias, ou acompanhando todos os funerais que encontro; e, em
especial, quando minha tristeza é tão profunda que se faz necessário
um princípio moral muito forte que me impeça de sair à rua e
rigorosamente arrancar os chapéus de todas as pessoas – então
percebo que é hora de ir o mais rápido possível para o mar.
Moby Dick ou a baleia. Trad. Irene Hirsch e Alexandre Barbosa de Souza
SP: CosacNaify, 2008.
Exercícios de tradução
9. Literatura escandinava
9.1. Romance policial sueco
Best-seller
Stieg Larsson
The girl who played with fire, 2009
Lisbeth Salander pulled her sunglasses down to the tip of her nose
and squinted from beneath the brim of her sun hat. She saw the
woman from room 32 come out of the hotel side entrance and walk
to one of the green-and-white-striped chaises longues beside the
pool. Her gaze was fixed on the ground and her progress seemed
unsteady.
Salander has seen her only at a distance. She reckoned the
woman was around thirty-five, but she looked as though she could
be anything from twenty-five to fifty. She had shoulder length
brown hair, an oval face, and a body that was straight out of a mail
order catalogue for lingerie. She had a black bikini, sandals, and
purple-tinted sunglasses. She was American and spoke with a
southern accent. She dropped a yellow sun hat next to the chaise
longue and signaled to the bartender at Ella Carmichael’s bar.
THE GIRL WHO PLAYED WITH FIRE, Stieg Larsson
Translated from Swedish by Reg Keeland
Lisbeth Salander puxou os óculos escuros sobre o nariz e olhou
por baixo da aba do chapéu. Viu a mulher do quarto 32 vindo da
entrada lateral do hotel e dirigir-se a uma das espreguiçadeiras de
listras brancas e verdes à beira da piscina. Seu olhar estava firmemente voltado para o chão à sua frente, e seu semblante, compenetrado. Dava a impressão de estar com as pernas meio bambas.
Salander, até então, só a tinha visto de longe. Dava-lhe uns trinta
e cinco anos, mas sua aparência neutra e indefinida situava-a num
ponto qualquer na faixa dos vinte e cinco aos cinquenta. Tinha
cabelos castanhos semilongos, rosto oval e um corpo maduro que
poderia ter saído das páginas de roupa íntima de um catálogo de
vendas por correspondência. A mulher usava sandalinhas, biquíni
preto e óculos escuros de tartaruga com lentes roxas. Era americana
e falava com sotaque do Sul. Seu chapéu de sol era amarelo e ela o
deixou cair ao lado da espreguiçadeira antes de fazer um sinal ao
garçom do bar de Ella Carmichael.
Traduzido do francês por Dorothée de Bruchard, Companhia das Letras.
Exercícios de tradução
9. Literatura escandinava
9.2. Romance policial norueguês
Jo Nesbo
The Devil’s Star, 2003
FRIDAY. EGG.
The house was built in 1898 on a clay base that had since sunk a tiny bit
on the west-facing side, causing water to cross the wooden threshold
where the door was hung. It ran across the berdroom floor and left a wet
streak over the oak parquet, moving west. The flow rested for a second in
a dip before more water nudged it from behind and it scurried like a
nervous rat towards the skirting board. There the water went in both
directions; it searched and somehow sneaked under the skirting until it
foud a gap between the end of the wooden flooring and the wall. In the
gap lay a five-kroner coin bearing a profile of King Olav’s head and the
date: 1987, the year before it had fallen out of the carpenter’s pocket. But
these were the boom years; a great many attic flats had needed to be built
at the drop of a hat and the carpenter had not bothered to look for it.
The Devil’s Star, Jo Nesbø
Translated from the Norwegian by Don Battlett
SEXTA-FEIRA. OVOS.
O prédio fora construído em 1898, em terreno argiloso, e já havia cedido
um pouco de um lado, de forma que a água escorreu por cima da soleira
da porta, no lado das dobradiças. Escorreu até o chão do quarto e
desenhou uma listra molhada no assoalho de carvalho, sempre na direção
oeste. Numa depressão do assoalho, a linha d’água descansou por um
instante até que foi empurrada por mais água vindo de trás e correu para o
rodapé feito um rato assustado. Lá, o fluxo foi para ambos os lados,
parecendo espiar por baixo do rodapé até encontrar uma brecha na junção
entre o assoalho e a parede. Nessa brecha havia uma moeda de 5 coroas
cunhada com o perfil do rei Olav e a data de 1987, um ano antes de a
moeda cair do bolso do carpinteiro. Mas aqueles eram tempos prósperos,
com muita demanda de coberturas que precisavam ser construídas
depressa, e o carpinteiro não se deu ao trabalho de procurar a moeda.
A estrela do diabo, Jo Nesbø
Traduzido do norueguês por Grete Skevik
Exercícios de tradução
10. Literatura inglesa
Frederick Forsyth
The Shepherd, 1975
Ten minutes went by, nearly two complete triangles. I had not
prayed, not really, prayed, for many years, and the habit came
hard. Lord, please get me out of this bloody mess… No, you
mustn’t talk like that to Him. “Our Father, which art in
Heaven…” He’d heard that a thousand times, would be hearing
it another thousand times tonight. What do you say to Him
when you want help? Please, God, make somebody notice me
up here; please make someone see me flying in triangles and
send up a shepherd to help me down to a safe landing. Please
help me, and I promise – What on earth could I promise Him?
He had no need of me, and I, who now had need of him, had
taken no notice of Him for so long He’d probably forgotten all
about me.
Bantam Books, 1981
Dez minutos se passaram e eu tinha feito quase dois triângulos
completos. Havia muitos anos que eu não rezava de verdade, e
não foi fácil retomar o hábito. Senhor, tira-me desta encrenca
danada... Não, não é assim que se fala com Ele. Pai Nosso, que
estais no céu... Ele tinha ouvido isso mil vezes, e ouviria outras
mil naquela noite. Que é que se diz a Ele quando se quer
ajuda? Por favor, Deus, Fazei com que alguém me veja aqui,
por favor, fazei com que alguém note que eu estou voando em
triângulos e mande um pastor para me ajudar a fazer um
pouso seguro. Ajudai-me, por favor e eu prometo... Que
poderia eu prometer-Lhe? Ele não precisava de mim. E eu, que
precisava tanto d’Ele, deixara de tomar conhecimento de Sua
existência havia tanto tempo que Ele já devia ter esquecido
que eu existia.
O PASTOR
Trad. Pinheiro de Lemos, editora Record, 13ª edição, s/d.
Exercícios de tradução
11. Livro de culinária
Jamie Oliver
Jamie at home – Cook your way to the good life , 2008
Jamie em casa – cozinhe para ter uma vida melhor, 2008
Editora Globo
tradução: Leonardo Antunes
02 receitas
Pizza dough
This is a fantastic, reliable, everyday pizza dough, which can
also be used to make bread. It's best made with Italian Tipo
'00' flour, which is finer ground than normal flour, and it will
give your dough an incredible super-smooth texture. Look for
it in Italian delis and good supermarkets. If using white bread
flour instead, make sure it's a strong one that's high in gluten,
as this will transform into a lovely, elastic dough, which is what
you want. Mix in some semolina flour for a bit of colour and
flavour if you like.
Serves makes 6 to 8 medium-sized thin pizza bases
Ingredients
1 kg white bread flour or Tipo '00' flour, or 800g
strong white bread flour or Tipo '00' flour, plus 200g
finely ground semolina flour
1 teaspoon fine sea salt
2 x 7 g dried yeast sachets
1 tablespoon golden caster sugar
4 tablespoons extra virgin olive oil
650 ml lukewarm water
Directions
Sieve the flour/s and salt on to a clean work surface and make
a well in the middle. In a jug, mix the yeast, sugar and olive oil
into the water and leave for a few minutes, then pour into the
well. Using a fork, bring the flour in gradually from the sides
and swirl it into the liquid. Keep mixing, drawing larger
amounts of flour in, and when it all starts to come together,
work the rest of the flour in with your clean, flour-dusted
hands. Knead until you have a smooth, springy dough.
Place the ball of dough in a large flour-dusted bowl and flour
the top of it. Cover the bowl with a damp cloth and place in a
warm room for about an hour until the dough has doubled in
size.
Now remove the dough to a flour-dusted surface and knead it around
a bit to push the air out with your hands – this is called knocking back
the dough. You can either use it immediately, or keep it, wrapped in
clingfilm, in the fridge (or freezer) until required. If using straight away,
divide the dough up into as many little balls as you want to make
pizzas – this amount of dough is enough to make about six to eight
medium pizzas.
Timing-wise, it's a good idea to roll the pizzas out about 15 to 20
minutes before you want to cook them. Don't roll them out and leave
them hanging around for a few hours, though – if you are working in
advance like this it's better to leave your dough, covered with clingfilm,
in the fridge. However, if you want to get them rolled out so there's
one less thing to do when your guests are round, simply roll the dough
out into rough circles, about 0.5cm thick, and place them on slightly
larger pieces of olive-oil-rubbed and flour-dusted tinfoil. You can then
stack the pizzas, cover them with clingfilm, and pop them into the
fridge.
Massa de pizza
Crispy Barbecued Side of Salmon
Barbeque with Cucumber Yogurt
4 to 6 servings
I love cooking big pieces of fish on my barbecue, but you
must use a medium-hot part of the barbie - if it's too hot,
you'll crisp the skin before the inside is cooked. Start the
fish off with the skin side down and only turn it over
when it's crisp and golden. If you're not keen on eating
fish skin, that's probably because you haven't tried it
when it's been cooked until it's nice and crispy! It can be
as good as pork crackling if done properly
Ingredients
1 (3-pound) side salmon, scaled and pin boned
1 lemon, zest and juice
Bunch fresh herby fennel tops or basil, leaves picked and
finely chopped
Olive oil
Sea salt and freshly ground black pepper
1 cucumber, peeled lengthwise at intervals
1 1/4 cups plain yogurt
1 fresh red chile, deseeded and finely chopped
Small bunch fresh mint or oregano, leaves picked and
chopped
Extra-virgin olive oil
Directions
Brush the bars of the barbie clean to prevent your fish from
sticking, then light it and get the coals glowing hot. If your
barbie is small, feel free to cut the salmon in half to make it
more manageable.
Place the salmon skin side down on a plastic board and, using
a sharp knife, slash it evenly all over on the eshy side, making
the incisions about 1/2-inch deep. Scatter the lemon zest and
most of the chopped fennel tops or basil over the salmon,
then push these avorings into the incisions - don't hold back;
really push them in! Rub the fish lightly all over with olive oil
then season with salt and pepper, giving the skin side a
generous amount as most of this will fall off.
When your barbie's ready, lay the salmon on the bars, skinside down. The esh will start to color from the bottom up and
after about 4 minutes the skin should be beautifully golden
brown. Carefully ip the salmon over with a roasting fork or a
spatula and cook for a further 2 to 3 minutes on the other
side. While it's cooking, gently ease the skin away from the fish
and put it on the barbie alongside to crisp up.
If your salmon is wild it will have slightly less fat in it, so will be
a drier fish. You can therefore cook it for a shorter amount of
time, even leaving it slightly undercooked - although this might
feel unusual to anyone who nukes fish beyond belief. If it's
(organically) farmed, cook it through, but please don't
overcook it or it will become too dry. Lift the salmon carefully
off the barbecue and place it on a nice serving platter or
board. Allow to cool a little, then break the skin into pieces, a
bit like poppadums.
Cut the cucumber in half lengthwise, remove and
discard the seeds, chop it up and mix it in a bowl with
the yogurt. Balance the avors with the lemon juice,
half the chopped chile and half the chopped mint or
oregano. Drizzle over a little extra-virgin olive oil.
Season carefully, to taste, with salt and pepper.
Break the salmon up with a fork into 4 to 6 chunks.
Serve with the cucumber yogurt, sprinkled with the
rest of the chopped chile and the remaining fennel
tops or basil. Drizzle with extra virgin olive oil and
make sure everyone gets a piece of the crunchy fish
skin.
Posta de salmão com iogurte de
pepino